Governo do Estado do Espírito Santo
03/01/2008 11h33 - Atualizado em
30/06/2016 16h04
Meninos da Unip compõem músicas e gravam CD de hip-hop
Colocar no papel os seus medos, seus sonhos, toda sua vida e cantar. É isso que os meninos da Unidade de Internação Provisória (Unip) fazem no projeto “Mc da Paz”, que terá como resultado o lançamento de um CD de hip-hop, previsto para acontecer este mês.
Serão selecionadas de seis a oito músicas e a gravação do CD será realizada nos próximos dias, de forma amadora, pelo professor de música da unidade.
O “Mc da Paz” é um projeto da Unip – administrada pelo Instituto de Atendimento Sócio-Educativo do Espírito (Iases) – e é desenvolvido dentro da unidade de internação desde outubro de 2005.
De acordo com uma das idealizadoras da ação, a subgerente socioeducativa da Unip, Rosa Elizabeth Lessa Ribeiro, o projeto surgiu durante uma atividade de lazer com os adolescentes.
“Realizávamos uma gincana e uma das tarefas era de compor e cantar músicas que seriam julgadas por uma banca examinadora. O resultado foi incrível e resolvemos gravar aquelas composições. A partir daí, não paramos mais”, explicou Rosa, que é formada em Psicologia.
Com o tempo, houve a implementação do projeto, que foi dividido em duas partes. Na primeira, os meninos escrevem versos e cantam aquilo que eles mesmos compõem, sem nenhuma interferência, sob a orientação de um profissional da música. Na fase seguinte, os adolescentes estudam aquilo que escreveram junto com educadores das áreas de Português e História.
Cada frase é analisada pelo professor de Português, que conversa com cada um dos meninos e ensina, com seus próprios erros, sobre regras de concordância e ortografia, por exemplo.
Já na aula de História, os adolescentes aprendem sobre a cultura de cada ritmo. “Eles ficam muito envolvidos e gostam de aprender de onde surgiu o funk, o hip-hop, ritmos que eles adoram cantar. Também se interessam pela língua portuguesa e sempre querem escrever suas melodias de maneira correta”, disparou a psicóloga.
Ela ressaltou, ainda, a importância do trabalho: “No projeto, a gente deixa o menino escrever da maneira que ele fala, repleto de gírias, com temas que fazem parte de sua realidade. Com isso, temos a representação social de cada adolescente e tentamos resignificar cada palavra. Ao compor as músicas, ele se coloca como pessoa e faz uma representação de sua identidade, subjetividade”.
No decorrer do projeto, já foram gravados dois CDs. Nenhum deles é comercializado. Nas composições, os temas mais abordados são: o amor de mãe, Deus, drogas, falsos amigos, morte, fuga da escola, emprego e mudança.
Confira uma das letras do “Mc da Paz”:
Vida
Já fui da vida do crime sempre andei viajando, cheirando minha cola,
Fumando o meu baseado; andava com uns caras que dizia: gente fina.
Sempre me incentivava a usar cocaína tantas vezes eu saía sem dinheiro
Pra comprar, com a intenção de roubar, a minha mãe ficava em casa pelos cantos a rezar.
Pedindo para o bom Deus não me deixar tropeçar,
Mas a vida do crime não deixa solução, para não fazer bobagem eu vendi o meu oitão.
Voltei para casa cedo com toda a empolgação pedindo para o bom Deus:
Drogas não uso mais não!
Autor: Adolescente da Unip.
Informações à Imprensa:
Assessoria de Comunicação / Iases
Poliana Coan Nass
(27) 3233-5403 / 9932-7739
polianacoan@iases.es.gov.br
comunicacaoiases@yahoo.com.br
Serão selecionadas de seis a oito músicas e a gravação do CD será realizada nos próximos dias, de forma amadora, pelo professor de música da unidade.
O “Mc da Paz” é um projeto da Unip – administrada pelo Instituto de Atendimento Sócio-Educativo do Espírito (Iases) – e é desenvolvido dentro da unidade de internação desde outubro de 2005.
De acordo com uma das idealizadoras da ação, a subgerente socioeducativa da Unip, Rosa Elizabeth Lessa Ribeiro, o projeto surgiu durante uma atividade de lazer com os adolescentes.
“Realizávamos uma gincana e uma das tarefas era de compor e cantar músicas que seriam julgadas por uma banca examinadora. O resultado foi incrível e resolvemos gravar aquelas composições. A partir daí, não paramos mais”, explicou Rosa, que é formada em Psicologia.
Com o tempo, houve a implementação do projeto, que foi dividido em duas partes. Na primeira, os meninos escrevem versos e cantam aquilo que eles mesmos compõem, sem nenhuma interferência, sob a orientação de um profissional da música. Na fase seguinte, os adolescentes estudam aquilo que escreveram junto com educadores das áreas de Português e História.
Cada frase é analisada pelo professor de Português, que conversa com cada um dos meninos e ensina, com seus próprios erros, sobre regras de concordância e ortografia, por exemplo.
Já na aula de História, os adolescentes aprendem sobre a cultura de cada ritmo. “Eles ficam muito envolvidos e gostam de aprender de onde surgiu o funk, o hip-hop, ritmos que eles adoram cantar. Também se interessam pela língua portuguesa e sempre querem escrever suas melodias de maneira correta”, disparou a psicóloga.
Ela ressaltou, ainda, a importância do trabalho: “No projeto, a gente deixa o menino escrever da maneira que ele fala, repleto de gírias, com temas que fazem parte de sua realidade. Com isso, temos a representação social de cada adolescente e tentamos resignificar cada palavra. Ao compor as músicas, ele se coloca como pessoa e faz uma representação de sua identidade, subjetividade”.
No decorrer do projeto, já foram gravados dois CDs. Nenhum deles é comercializado. Nas composições, os temas mais abordados são: o amor de mãe, Deus, drogas, falsos amigos, morte, fuga da escola, emprego e mudança.
Confira uma das letras do “Mc da Paz”:
Vida
Já fui da vida do crime sempre andei viajando, cheirando minha cola,
Fumando o meu baseado; andava com uns caras que dizia: gente fina.
Sempre me incentivava a usar cocaína tantas vezes eu saía sem dinheiro
Pra comprar, com a intenção de roubar, a minha mãe ficava em casa pelos cantos a rezar.
Pedindo para o bom Deus não me deixar tropeçar,
Mas a vida do crime não deixa solução, para não fazer bobagem eu vendi o meu oitão.
Voltei para casa cedo com toda a empolgação pedindo para o bom Deus:
Drogas não uso mais não!
Autor: Adolescente da Unip.
Informações à Imprensa:
Assessoria de Comunicação / Iases
Poliana Coan Nass
(27) 3233-5403 / 9932-7739
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