29/01/2009 13h30 - Atualizado em 30/06/2016 16h17

Adolescentes da Unis utilizam novos materiais em oficina de tapeçaria

Retalhos de tecidos de malha que seriam jogados no lixo agora estão sendo utilizados pelos adolescentes da Unidade de Internação Sócio-Educativa (Unis), administrada pelo Instituto de Atendimento Sócio-Educativo do Espírito Santo (Iases), na produção de tapetes e novas peças feitas na Oficina de Tapeçaria. Os adolescentes também vão aprender a utilizar fibras de bananeira nas produções.

Recentemente, o Iases recebeu uma doação de retalhos de malhas de indústrias de confecções que seriam jogados no lixo e que, agora, serão utilizados para confecção de tapetes, jogo de copos e pratos e até bolsas, mochilas e cintos.

Anterior à doação dos materiais recicláveis, os adolescentes produziam as peças com barbante e linhas coloridas.



O professor de tapeçaria Renildo Aleixo Alves disse que aprendeu a nova técnica, que utiliza aplicações diferenciadas, no final do ano de 2008 quando visitou uma cooperativa de artesãos em Ouro Preto, Minas Gerais. Ele decidiu trazer a idéia para o Estado para renovar a Oficina de Tapeçaria que funciona na Unis.

“Temos aqui no Estado um pólo de indústrias de confecções de grande potencial na Glória, em Vila Velha. Solicitamos doações de retalhos para algumas fábricas, fomos atendidos e já começamos a renovar as peças com aplicações de novos materiais”, disse o professor.

O professor Renildo também aprendeu a técnica de aplicação de fibras na tapeçaria e vai ensinar aos adolescentes. “Primeiramente, os adolescentes estão aprendendo a fazer peças com retalhos, pois recebemos as doações de materiais. Depois vou ensiná-los a utilizar as fibras, que também vão ser aplicadas misturadas com tecidos”.

As peças produzidas na Oficina de Tapeçaria são mostradas em feiras de artesanato e exposições em que o Iases participa. O valor arrecadado com a venda das peças é revertido na compra de materiais para a oficina.

Fechando com Arte

Os adolescentes que participam da oficina criaram até uma marca para etiquetar as peças para a venda: “Fechando com Arte”. “Quando chegam aqui, os adolescentes usam muito a expressão fechando com o crime, como se estivessem fechando um ciclo da vida na criminalidade. Fizemos um trabalho de resignificação e resgate de valores da vida, de cidadania e, gradativamente, conseguimos reverter essa expressão pesada em algo bom. A marca “Fechando com Arte” é utilizada em todas as peças de artesanato feitas pelos meninos”, disse o professor Renildo.

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