Trinta socioeducandos do Instituto de Atendimento Socioeducativo do Espírito Santo (Iases) participaram da 3ª edição do evento Caminhos Literários no Socioeducativo: Pelo direito a Cultura! O evento foi promovido pelo Conselho Nacional de Justiça (CNJ).
O evento aconteceu durante o mês de julho, em comemoração ao aniversário de 34 anos do Estatuto da Criança e Adolescente, celebrado no dia 13 de Julho. Com o tema “O que pode a cultura no Sistema Socioeducativo?”, jovens da Unidade Feminina de Internação (UFI) , da Unidade de Internação Norte (Unis Norte) e da Unidade de Internação Sul (Unis Sul) tiveram a oportunidade de participar do evento cujo objetivo foi ampliar o debate sobre o acesso à cultura, difundir e fomentar práticas desenvolvidas nas unidades socioeducativas de todo o país, além de estreitar o diálogo sobre fortalecimento de políticas públicas para garantia do direito de acesso à cultura para adolescentes no contexto da socioeducação.
Para a subgerente de Escolarização e Espiritualidade, Ana Carolina Macal, a participação dos adolescentes e jovens do Instituto foi muito valiosa, pois os eles tiveram a oportunidade de ter contato com adolescentes de todo o país e com diferentes formas de manifestação cultural. “Esses momentos são fundamentais porque proporcionam experiências enriquecedoras, elevam a autoestima dos adolescentes, principalmente dos que participam da apresentação cultural, e ampliam os horizontes dos(as) socioeducandos(as) do Instituto, mostrando como a cultura pode ser importante na transformação pessoal e social”, avaliou.
Nos dias 16 e 17 de julho, 27 unidades socioeducativas de todo o país realizaram apresentações culturais e, no Espírito Santo, a Unis Sul foi a unidade selecionada pela equipe do evento para representar o Iases apresentando a prática cultural Capoeira. Já no dia 12 de julho, as unidades capixabas prepararam uma programação cultural especial em razão do evento e a UFI promoveu a Oficina Carolina de Jesus e a Unis Norte e a Unis Sul realizaram Festas Julinas.
Um dos participantes, um jovem de 18 anos que cumpre medida socioeducativa na Unis Sul, revelou que nunca havia tinha participado de um evento como esse. “Foi uma grande satisfação ter participado e mostrado o que fazemos aqui, especialmente com a capoeira. Fiquei feliz em ter esse reconhecimento. Também conheci outras atividades que as outras unidades estavam realizando e achei tudo muito incrível.Vi obras de arte impressionantes, incluindo desenhos que nunca tinha visto antes e isso me deixou muito feliz. Espero ter mais oportunidades de conhecer outros tipos de eventos e atividades no futuro”, avaliou.
Uma socioeducanda da UFI também falou sobre a experiência de poder conhecer um pouco mais da diversidade culturais do nosso país. “Participar do Caminhos Literários foi uma experiencia incrível, descontraída, interessante e que nos agregou muito conhecimentos sobre os assuntos abordados, pois pudemos conhecer e aprender um pouco mais de cada região, cada realidade, suas diversas culturas e crenças, além de seus talentos apresentados. A idealização e a criação deste projeto é essencial para termos acesso à essas informações, bem como a inserção dessas atividades culturais nas respectivas unidades. Esperamos com ansiedade e entusiasmo a próxima edição e almejamos maior participação, interagindo mais com as outras unidades”, revelou a jovem.
Por fim, um socioeducando da Unis Norte também destcou a oportunidade de conhecer novas culturas. " Foi muito importante para nós, que estamos privados de liberdade, esse momento cultural, pois podemos participar de muitas trocas de experiências em relação às de culturas regionais e religiões", afirmou.
O evento
Ao todo, 78 unidades socioeducativas de todo o país participaram da 3ª edição do evento Caminhos Literários no Socioeducativo: Pelo direito a Cultura! Além de ampliar o debate sobre o acesso à cultura, difundir e fomentar práticas desenvolvidas nas unidades socioeducativas de todo o país, o evento também buscou estreitar o diálogo sobre fortalecimento de políticas públicas para garantia do direito de acesso à cultura para adolescentes no contexto da socioeducação.
Nesta edição também aconteceu o lançamento da Diretriz Nacional de Fomento à Cultura no Socioeducativo, documento elaborado pelo CNJ, por meio do Programa Fazendo Justiça, que intenciona contribuir para efetiva garantia do direito constitucional à cultura e para a sua institucionalização no âmbito do atendimento socioeducativo, fornecendo subsídios teóricos e práticos para a atuação dos diversos atores, atrizes e instituições componentes do Sistema de Garantia de Direitos (SGD).
O evento contou com a presença de ministros, juízes, profissionais do sistema de Justiça e artistas e faz parte do programa Fazendo Justiça, executado pelo CNJ em parceria com o Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD Brasil) para acelerar mudanças no campo da privação de liberdade.
Texto: Fernanda Pontes
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