Trinta mil pessoas. Esse foi o público que o cantor e ex-socioeducando da Unidade de Internação Norte (Unis Norte), Ezequiel de Jesus, 23 anos, agitou durante o Carnaval deste ano. Comandando a banda “Billy Band”, o jovem arrastou uma multidão durante os tradicionais bloquinhos de rua de Guriri, em São Mateus, e da Barra do Sahy, em Aracruz.
“Foi uma satisfação imensa ver a energia do povo. Nunca imaginei poder cantar para um público desse tamanho num clima tão bom”, afirmou Ezequiel.
O ex-socioeducando passou a cantar na banda após receber o convite do seu ex-professor de canto, Billy Mattos. “Descobri o talento do Ezequiel durante a oficina de canto realizada dentro da Unidade em parceria com Faculdade de Música do Espírito Santo. Foi uma surpresa muito agradável que tive durante a oficina, um garoto que sempre mostrou empenho em aprender, tocava os instrumentos e cantava. Assim que acabou de cumprir sua medida socioeducativa, o convidei para fazer um show com minha banda e o resultado foi muito bom”, contou Billy Mattos.
Ezequiel de Jesus avalia como muito importante a oficina de música e das aulas de violão dentro da unidade. “As aulas serviam como uma espécie de terapia, as pessoas se socializavam mais, criavam amizades e conexões”, relatou.
O ex-socioeducando hoje em dia trabalha como músico, toca violão e canta nos bares da Barra do Sahy. “Eu continuo buscando aprender e a me especializar cada vez mais na música.”
O gerente da Unis Norte, Sérgio Durão, também falou sobre a importância da música na vida do ex-socioeducando. “Contemplar o sucesso de Ezequiel ao ser contratado para se apresentar no balneário de Aracruz cantado hits de sucesso do cantor Léo Santana, demonstra que essa parceria com a Faculdade de Música do Espirito Santo proporcionou que a música mudasse a trajetória de Ezequiel”, disse.
Sérgio Durão destacou ainda os benefícios que a parceria com a Faculdade de Música do Espirito Santo (Fames) trouxe para a unidade desde quando começou em novembro de 2017. “Essa parceria foi inovadora e, logo no início, percebemos que traria muitos benefícios para os socioeducandos, até porque a música é uma ferramenta de transformação e muitos deles nunca tiveram contato com a música e nem com instrumentos musicais. A curiosidade de início foi se transformando em encantamento e dedicação que até hoje acontece na unidade”, relatou.
Ele explicou que, após o fim da parceria com a Fames, os instrumentos foram incorporados ao patrimônio da unidade e que, atualmente, os agentes socioeducativos, juntamente com a equipe de oficineiros, estão dando continuidade e ensinando vários instrumentos aos socioeducandos, além de escreverem letras de música de sua autoria e se apresentarem nos eventos da unidade.
“Posso afirmar que a música foi um divisor de águas em nossa unidade. Além do desenvolvimento da sensibilidade, essa atividade contribuiu também para a concentração, memória, coordenação motora, socialização com outros socioeducandos e, principalmente, na disciplina”, destacou o responsável pela Unis Norte.
A parceria com a Fames foi fruto de uma articulação entre Secretaria de Direitos Humanos (Sedh) e a Fundação de Amparo à Pesquisa e Inovação do Espírito Santo (Fapes).
Texto: Fernanda Pontes
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