26/06/2018 15h08

Cedh premia vencedores do concurso de redação de 2018

Na última terça-feira (19), em uma manhã recheada de fortes emoções, adolescentes e jovens privados de liberdade do Espírito Santo receberam a certificação de uma disputa muito especial. Trata-se do Concurso de Redação do Conselho Estadual de Direitos Humanos (Cedh) que, neste ano, teve como tema “Violência contra a Mulher: respeita as mina”.

O concurso foi realizado em parceria com o Instituto de Atendimento Socioeducativo do Espírito Santo (Iases) e a Secretaria Estadual de Direitos Humanos (Sedh) e premiou os três primeiros lugares com um notebook, um tablet e um celular, respectivamente.

“Fiquei muito feliz em ter vencido. Para escrever a minha redação, eu me inspirei na minha mãe, nas minhas irmãs e na minha namorada. E não falo só da agressão física, falo também da agressão emocional que muitas mulheres sofrem”, conta I. G, adolescente que cumpre medida socioeducativa na Unidade de Internação Socioeducativa (Unis) e ficou em primeiro lugar no concurso.

“Quero agradecer, em especial, aos familiares presentes, àqueles que estiveram dentro das unidades, tecendo diálogos conosco, e a todos os servidores do Iases que oportunizaram que as iniciativas propostas pelo Conselho fizessem parte da nossa Jornada Pedagógica. Que iniciativas como esta, no âmbito do letramento, possam promover dias melhores de justiça, igualdade e cidadania pra todos nós”, disse a diretora-presidente do Iases, Cláudia Faquinote, em sua fala de boas-vindas.

A cerimônia de certificação dos primeiros colocados em cada unidade e premiação simbólica dos três jovens que ficaram em primeiro, segundo e terceiro lugares aconteceu na manhã da última terça-feira (19), no Palácio da Cultura Sônia Maria Cabral, em Vitória.

O evento foi prestigiado por servidores do Iases e os socioeducandos premiados. Também estiveram presentes o secretário de Estado de Direitos Humanos, Leonardo Oggioni; a presidente do Conselho Estadual de Direitos Humanos, Déborah Sabará; a presidente do Conselho Estadual da Criança e do Adolescente, Galdene dos Santos; o juiz da 3ª Vara da Infância e Juventude de Vitória, Vladson Bittencourt; a presidente do Centro De Apoio Operacional da Infância e Juventude, Ana Lúcia Hipólito; e o Coordenador do Núcleo da Infância da Defensoria Pública, Hugo Matias.

“Muito se fala em socioeducação e este é um grande exemplo de trabalho socioeducativo. Esta iniciativa precisa ser ampliada, precisamos de mais eventos como este. Foram quase 300 adolescentes envolvidos e a participação deles foi muito importante. Quero parabenizar os ganhadores, mas acho que todos que participaram já são vencedores. Quero cumprimentar o Conselho e os servidores do Iases pela realização”, disse o secretário de Estado de Direitos Humanos, Leonardo Oggioni.

O concurso existe desde 2009 e, nos anos anteriores, envolvia, além do Iases, alunos de todas as escolas da Rede Estadual e do sistema prisional. Este ano, apenas socioeducandos participaram, com número recorde de redações inscritas.

“A leitura das redações foi um momento muito emocionante. Queria agradecer, em especial, os profissionais de educação que atuam dentro das unidades que começaram a trabalhar o tema com os adolescentes antes mesmo da gente ir a campo, para falar do concurso” disse a presidente do Cedh, Deborah Sabará.

O primeiro lugar ficou com o socioeducando I.G., da Unidade de Internação Socioeducativa (Unis), o segundo foi para H.D.M., socioeducando da Unidade de Internação Sul (Unis Sul) e conquistando o terceiro lugar, M.M.R., da Unidade de Internação Metropolitana (Unimetro).

No evento, aconteceram apresentações musicais e de teatro. Na parte da tarde, os socioeducandos que ficaram em primeiro lugar em cada unidade tiveram a oportunidade de desfrutar de momentos de lazer com churrasco, piscina, música e futebol em um evento organizado pelo Cedh.

 

Confira o depoimento de quem esteve presente:

“Fico muito feliz com essa iniciativa, com essa nova roupagem que foi dada ao prêmio. Esta proposta de envolver o Iases foi excelente, porque, muitas vezes, esses jovens são excluídos dessas oportunidades. Estive ontem fazendo uma inspeção em uma unidade e pude ver que ações como esta transformam não só as vidas dos socioeducandos, mas as nossas também. É um prazer imenso para o Criad estar aqui hoje com vocês”.

Galdene dos Santos, presidente do Conselho Estadual da Criança e do Adolescente (Criad).

“É sempre muito importante poder estar na presença de tão ilustres adolescentes, que fazem parte do meu dia a dia, que são a razão do meu trabalho e para quem eu dedico as minhas horas de estudo e para quem eu dedico também todos os desafios que eu busco na minha vida. É muito importante estar no meio de vocês, é muito importante ver que nós saímos da inércia e estamos conseguindo chegar à tona. Nós crescemos muito e espero que continuemos a crescer. A união com a Sedh é outro olhar que se lança sobre a socioeducação. Precisamos de interesse, um olhar de inclusão social, um olhar de reconhecimento do outro, de nos colocar no lugar do outro, de entendermos o problema que o outro está passando. O que tem que mudar não é a lei, o que tem que mudar são as oportunidades que nós levamos aos adolescentes.

Vladson Couto Bittencourt, juiz da Terceira Vara da Infância e Juventude de Vitória.

“Queria parabenizar os envolvidos pela iniciativa. É uma honra poder estar aqui hoje e presenciar esses textos maravilhosos. Fiquei emocionada em ler. Quero parabenizar pelo evento e pelo tema escolhido, porque nós sabemos que a violência contra a mulher é muito grande. Por isso eu parabenizo toda a equipe, porque colocar esse tema para os nossos socioeducandos trabalharem. Os adolescentes pensaram, debateram, discutiram e, no final, fizeram a redação que realmente vai ao encontro da prevenção”.

Ana Lúcia Hipólito, presidente do Centro de Apoio Operacional da Infância e Juventude (Caij) do Ministério Público.

“É motivo de muita alegria poder estar aqui e cumprimentar os adolescentes. Nós, que trabalhamos com o sistema socioeducativo, às vezes, nas nossas famílias, na roda de conversa, a gente vai falar do sistema socioeducativo. As vezes, a gente aponta a questão das dificuldades, algumas limitações que são inerentes a toda a área de trabalho do ser humano, mas a gente tem que elogiar aquilo que funciona, que está dando certo. Queria cumprimentá-los por serem integrantes do sistema socioeducativo, por estarem hoje participando desse concurso de redação, pelas redações, eu fiz questão de ler. São redações bonitas, com uma temática legal e atual, uma temática muito relevante”.

Hugo Matias, coordenador do Núcleo Especializado da Infância e da Juventude da Defensoria Pública do Espírito Santo.

 

 

Informações à Imprensa:

Assessoria de Comunicação do Iases

Marina Frossard

marina.frossard@iases.es.gov.br

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