Dando continuidade às ações para fornecer suporte e oportunidades aos jovens em busca de um futuro melhor, o Núcleo de Atendimento ao Egresso (Nuae) do Instituto de Atendimento Socioeducativo do Espírito Santo (Iases) expandiu suas ações e, desta vez, 15 socioeducandos que cumprem medida socioeducativa na Unidade de Internação Sul (Unis Sul) participaram do projeto "Ponte para o Futuro” voltado para orientação profissional e vocacional.
Durante os dias 19, 21 e 23 de fevereiro, os socioeducandos tiveram a oportunidade de explorar possibilidades profissionais, desenvolver habilidades essenciais e aprender sobre etiqueta profissional, comunicação eficaz, entrevistas de emprego, elaboração de currículos e puderam refletir sobre as mudanças no mercado de trabalho e as diversas formas de atuação e carreira profissional. “Eles ressignificaram sua autonomia e protagonismo juvenil através das suas experiências”, disse a pedagoga Renata Vitório.
Para a responsável pelo Nuae, Caroline Baptisti Silva Tomaz, o "Ponte para o Futuro” foi de suma importância, pois além de orientar os socioeducandos na Unis Sul, também vai prepará-los para o alcance de novas possibilidades. “Os encontros proporcionaram autoconhecimento, favoreceram na escolha profissional e ajudam a identificar nesses adolescentes e jovens preferências e aptidões às áreas específicas de atuação. Além disso, auxilia quanto ao ingresso no mercado de trabalho, instigando seus interesses pessoais, suas habilidades, competências, bem como explorando suas opções de carreira futura, preparando-os para o alcance delas”, afirmou.
Já o psicólogo Giovanni Coelho avaliou como gratificante a participação nesta nova fase do projeto. “Constatamos que a participação dos socioeducandos no projeto ofertado ajuda-os a repensar criticamente os prejuízos afetivos, relacionais, emocionais e sociais, oriundos de uma prática infracional é satisfatório”, pontuou.
Sobre a expansão do projeto para a Unis Sul, a responsável pelo Nuae afirmou que é mais do que uma iniciativa, é um compromisso com a construção de futuros promissores, promovendo a reintegração efetiva na sociedade. “A redução da reincidência dos adolescentes atendidos não apenas impacta positivamente a segurança pública, mas também contribui para a construção de uma sociedade mais justa e equitativa. Ao proporcionar oportunidades de reintegração efetiva, estamos investindo no desenvolvimento de cidadãos responsáveis e capazes de contribuir de maneira construtiva para a comunidade”, frisou Caroline Baptisti.
A assistente social Camilla Leite Cruz considera que a expansão das ações é um marco significativo alinhado à missão do Nuae de construir futuros promissores. “Estamos aqui para oferecer suporte, orientação e oportunidades, construindo um ciclo que envolve a prevenção de práticas infracionais e a capacitação para o mercado de trabalho", destacou.
Projeto "Ponte para o Futuro "
Com o objetivo de possibilitar aos socioeducandos melhor preparo para sua inserção ao mercado de trabalho, o Núcleo de Atendimento ao Egresso (Nuae) do Instituto de Atendimento Socioeducativo do Espírito Santo (Iases) desenvolveu um projeto de orientação vocacional e profissional com foco nos adolescentes que cumprem medidas socioeducativas no Espírito Santo.
As ações do projeto “Ponte para o Futuro: Construindo Futuros Promissores" são coordenadas pelo psicólogo Pedro de Oliveira Lorenzoni e pela pedagoga socioeducativa Renata Fuentes, outra idealizadora do projeto.
“O ‘Ponte para o Futuro’ não é apenas um programa de introdução ao mercado de trabalho, é um compromisso de empoderamento e apoio integral aos jovens que enfrentaram desafios únicos. Sabemos que a jornada para a reintegração social e profissional pode ser complexa, e é por isso que nossa iniciativa vai além de fornecer habilidades práticas para o mundo do trabalho. Ela cultiva uma mentalidade de crescimento e confiança, além de oferecer a oportunidade de redefinir suas trajetórias e abraçar um futuro cheio de possibilidades”, avaliou Pedro Lorenzoni.
Para isso, a equipe do Nuae elaborou um conteúdo teórico e lúdico adequando às faixas etárias, à escolarização e às características das distintas unidades da Região Metropolitana.
”Conforme as orientações do Sistema Nacional da Socioeducação, a ideia desse projeto é possibilitar aos (as) adolescentes e jovens o desenvolvimento de competências e habilidades básicas, específicas e de gestão e a compreensão sobre a forma de estruturação e funcionamento do mundo do trabalho. Juntamente com o desenvolvimento das competências pessoais (aprender a ser), relacionais (aprender a conviver) e cognitivas (aprender a conhecer), os adolescentes devem desenvolver a competência produtiva (aprender a fazer), o que além de sua inserção no mercado de trabalho contribuirá também para viver e conviver numa sociedade moderna”, explicou o psicólogo socioeducativo.
Durante a ação, os adolescentes tiveram acesso à apresentação de exemplos de diferentes tipos de empregos e carreiras e de histórias inspiradoras de pessoas que superaram desafios semelhantes; participaram de discussão em grupo sobre o que os participantes entendem por "mercado de trabalho", sobre estereótipos relacionados a egressos do sistema de socioeducação no mercado de trabalho; além de atividade interativa para explorar as habilidades, interesses e paixões de cada participante e discussões sobre como essas habilidades podem se relacionar com diferentes áreas de trabalho e atividades práticas de simulação de situações de comunicação, responsabilização social e ética no ambiente de trabalho e começaram a elaborar seus próprios currículos com orientação dos facilitadores.
A primeira unidade a receber o projeto foi a Unidade de Internação Metropolitana (Unimetro), nos dias 13, 20 e 27 de setembro do ano passado. Ao todo, 20 jovens participaram da ação. “A jornada de três encontros, realizada na Unimetro, foi uma oportunidade para os participantes explorarem possibilidades profissionais, desenvolverem habilidades essenciais e aprenderem sobre etiqueta profissional, comunicação eficaz, entrevistas de emprego e elaboração de currículos”, ressaltou Renata Fuentes.
O sucesso foi tão grande que as ações foram estendidas para outras unidades e já aconteceram na Unidade de Internação Provisória I (Unip I) e na Casa de Semiliberdade de Vila Velha nos dias 02, 04 e 06 de outubro.
Texto: Fernanda Pontes
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