Com o objetivo de possibilitar aos socioeducandos melhor preparo para sua inserção ao mercado de trabalho, o Núcleo de Atendimento ao Egresso (Nuae) do Instituto de Atendimento Socioeducativo do Espírito Santo (Iases) desenvolveu um projeto de orientação vocacional e profissional com foco nos adolescentes que cumprem medidas socioeducativas no Espirito Santo.
As ações do projeto “Ponte para o Futuro: Construindo Futuros Promissores" contemplaram 20 jovens. A primeira unidade a receber o projeto foi a Unidade de Internação Metropolitana (Unimetro), nos dias 13,20 e 27 de setembro. “A jornada de três encontros, realizada na Unimetro, foi uma oportunidade para os participantes explorarem possibilidades profissionais, desenvolverem habilidades essenciais e aprenderem sobre etiqueta profissional, comunicação eficaz, entrevistas de emprego e elaboração de currículos”, disse Renata Fuentes, pedagoga socioeducativa, e uma das idealizadoras do projeto.
O sucesso foi tão grande que as ações foram estendidas para outras unidades e já aconteceram na Unidade de Internação Provisória I (Unip I) e na Casa de Semiliberdade de Vila Velha nos dias 02,04 e 06 de outubro.
“Não adianta apenas termos oportunidades nos programas de aprendizado ou mesmo vagas de emprego formal, se o nosso público não estiver preparado para concorrê-las. Por isso, a Orientação Vocacional e Profissional irá nos servir de ferramenta para o processo de autoconhecimento que os próprios socioeducandos (as) precisam experimentar. Além disso, irá identificar nos adolescentes e jovens preferências e aptidão a áreas específicas de atuação, auxiliá-los (las) quanto ao ingresso no mercado de trabalho, instigar e conhecer seus interesses pessoais, suas habilidades e competências, explorar suas opções de carreira futura e prepará-los para o alcance delas”, destacou a chefe do Nuae, Caroline Baptisti Silva Tomaz.
A ação é coordenada pelo psicólogo, Pedro de Oliveira Lorenzoni, e pela pedagoga socioeducativa,Renata Fuentes, a outra idealizadora do projeto.
“O "Ponte para o Futuro" não é apenas um programa de introdução ao mercado de trabalho; é um compromisso de empoderamento e apoio integral aos jovens que enfrentaram desafios únicos. Sabemos que a jornada para a reintegração social e profissional pode ser complexa, e é por isso que nossa iniciativa vai além de fornecer habilidades práticas para o mundo do trabalho. Ela cultiva uma mentalidade de crescimento e confiança, além de oferecer a oportunidade de redefinir suas trajetórias e abraçar um futuro cheio de possibilidades”, avaliou Pedro Lorenzoni.
Para isso, a equipe do Nuae elaborou um conteúdo teórico e lúdico adequando às faixas etárias, a escolarização e as características das distintas unidades da Região Metropolitana.
”Conforme as orientações do Sistema Nacional da Socioeducação, a ideia desse projeto é possibilitar aos (as) adolescentes e jovens o desenvolvimento de competências e habilidades básicas, específicas e de gestão e a compreensão sobre a forma de estruturação e funcionamento do mundo do trabalho. Juntamente com o desenvolvimento das competências pessoal (aprender a ser), relacional (aprender a conviver) e a cognitiva (aprender a conhecer), os adolescentes devem desenvolver a competência produtiva (aprender a fazer), o que além de sua inserção no mercado de trabalho contribuirá, também, para viver e conviver numa sociedade moderna”, explicou o psicólogo socioeducativo.
Durante a ação, os adolescentes tiveram acesso à apresentação de exemplos de diferentes tipos de empregos e carreiras e de histórias inspiradoras de pessoas que superaram desafios semelhantes; participaram de discussão em grupo sobre o que os participantes entendem por "mercado de trabalho", sobre estereótipos relacionados a egressos do sistema de socioeducação no mercado de trabalho; além de atividade interativa para explorar as habilidades, interesses e paixões de cada participante e discussões sobre como essas habilidades podem se relacionar com diferentes áreas de trabalho e atividades práticas de simulação de situações de comunicação, responsabilização social e ética no ambiente de trabalho e começaram a elaborar seus próprios currículos com orientação dos facilitadores.
Texto: Fernanda Pontes
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