Soltar pipa na praia. Essa brincadeira comum para muito jovens que estão em liberdade, tornou-se mais especial para cinco socioeducandos que cumprem medida socioeducativa na Casa de Semiliberdade de Vila Velha. Isso graças a Oficina de Pipa “Na Linha da Liberdade”, promovida pelo Núcleo de Atendimento ao Egresso (Nuae).
No dia 27 de fevereiro, os jovens estiveram na Praia de Itaparica para cumprir a segunda etapa do projeto, que consiste na soltura das pipas confeccionadas.
“Mais do que uma simples atividade, a oficina busca resgatar o lúdico na vida dos socioeducandos, convidando-os a revisitar suas infâncias e refletir sobre suas vidas. Ao soltar as pipas, os socioeducandos não apenas aplicaram as habilidades adquiridas na oficina, mas também deram vida a metáforas poderosas. Controlar a pipa é um exercício não apenas físico, mas uma representação simbólica de equilíbrio, paciência e concentração diante dos desafios diários”, disse o psicólogo socioeducativo e um dos idealizadores do projeto, Pedro Lorenzoni.
A primeira etapa da oficina foi realizada no dia 26 de fevereiro quando os jovens escolheram os materiais, aprenderam a confeccionar as pipas e fizeram a montagem. “A metodologia vai além do trabalho manual e ensina valores fundamentais como cooperação, respeito e trabalho em equipe. A conscientização dos socioeducandos sobre sua realidade, aliada à reflexão crítica e à construção de conhecimentos, são fundamentais para a superação de desafios. A oficina segue as diretrizes da Educação Socioeducativa preparando os jovens não apenas academicamente, mas também social e emocionalmente para uma reintegração bem-sucedida na sociedade”, pontuou o psicólogo.
A responsável pelo Nuae, Caroline Battisti, explicou que a equipe do Núcleo é orientada a planejar roteiros e projetos que façam sentido para o/a adolescente/ jovem em preparação gradativa para o desligamento da medida e a pensar projetos criativos e lúdicos que proporcionem ao jovem o exercício sobre a valorização da sua Liberdade.
"A liberdade é um direito fundamental que assume um papel ainda mais crucial na vida dos adolescentes egressos do sistema socioeducativo. Para esses jovens, a valorização da liberdade não apenas representa a oportunidade de reconstruir suas vidas fora do sistema Socioeducativo, mas também é essencial para sua reintegração social e emocional. Ao garantir-lhes a liberdade de fazer escolhas, de expressar-se e de buscar novos caminhos, estamos oferecendo-lhes as ferramentas necessárias para se tornarem cidadãos autônomos e responsáveis. Acreditamos que liberdade, quando acompanhada de apoio e oportunidades adequadas, pode ser um poderoso catalisador para o crescimento pessoal e para a construção de um futuro distante da prática infracional", declarou.
Sobre a liberação desses socioeducandos para esses tipos de ações, ela esclarece que o Nuae se configura como mais uma rede de apoio necessária para a superação de novos desafios apresentados frente a liberdade conquistada pós cumprimento da medida.
Outra unidade
Em janeiro, a Oficina de Pipa "Na Linha da Liberdade" foi desenvolvida com os socioeducandos da Unidade de Internação Provisória I (Unip I). Criada pelos técnicos de referência do Núcleo de Atendimento ao Egresso (Nuae), a atividade visa a promover uma reflexão sobre a vida dos participantes, por meio de uma metodologia lúdica.
Texto: Fernanda Pontes
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