04/07/2024 16h04 - Atualizado em 05/07/2024 13h05

Socioeducando transgênero recebe sua certidão de nascimento retificada

Pela primeira vez na história do Instituto de Atendimento Socioeducativo do Espírito Santo (Iases), um socioeducando transgênero recebeu a sua certidão de nascimento retificada e com o nome que ele escolheu. A solenidade de entrega do documento aconteceu nessa quarta-feira (03), na unidade, em Cariacica.

Emocionado, o jovem de 19 anos, que se reconhece como homem trans e cumpre medida que socioeducativa na Unidade Feminina de Internação (UFI), agradeceu a todos que participaram deste processo. “Isso tinha que ser o mínimo para sociedade e não deveria ser motivo para uma solenidade, porque é um direito e deve ser garantido. E eu sou muito grato a Deus por ele ter me colocado aqui, porque eu não tinha a mente que eu tenho hoje e não teria a oportunidade que o Iases me deu de ter o meu nome. Isso era a única coisa que me faltava e eu agradeço muito pelo acolhimento, compreensão e o apoio que recebi de todos aqui da unidade e também da Defensoria Pública, da Gold, da Promotoria e da Vara da Infância e Juventude”, disse o socioeducando.

O evento contou com a presença da secretária de Estado de Direitos Humanos, Nara Borgo; do diretor-geral do Iases, Fabio Modesto Filho; da diretora socioeducativa do Instituto, Frantieska Monteiro; do juiz da 3ª Vara da Infância e da Juventude de Vitória, Vladson Bittencourt; da promotora de Justiça da Infância e Juventude de Vitória, Renata Lordello; da defensora pública, Camila Dória Ferreira; da coordenadora da Associação Gold, Déborah Sabará; da presidente do Conselho Estadual dos Direitos da Criança e do Adolescente (Criad), Rosânia Maria da Silva Soares; do presidente do Conselho Estadual LGBT, Filipe Costa Pereira, além das socioeducandas, de toda a equipe da UFI e dos familiares do socioeducando.  

A secretária de Estado de Direitos Humanos destacou a importância deste momento não somente para o jovem, mas para os órgãos do Governo do Estado que executam políticas públicas buscando a garantia dos direitos. “Estamos aplicando a legislação, colaborando para que aqueles que quiserem retificar seu documento tenham acesso garantido e assim sejam respeitados nas escolas, no sistema de saúde, no sistema sócio educativo como também no mercado de trabalho”, afirmou Nara Borgo.

Durante seu discurso, Fábio Modesto ressaltou a importância do estudo e do trabalho na vida de um jovem e contou um pouco da sua trajetória. "Nem sempre começamos a fazer o que desejamos, mas o importante é começar porque a caminhada é longa. A persistência faz a diferença e saber para onde você quer ir e qual o seu propósito na vida faz muita diferença. Desejamos a você que este seja o início da sua caminhada e com muito sucesso”, ressaltou.

E, de acordo com o socioeducando, ele soube aproveitar bem a oportunidade para estudar. “Estou aqui há 1 ano e quatro meses e quando entrei eu cursava a 7º etapa e vou sair com o Ensino Médio concluído.  Além disso, eu não tinha nenhum curso e vou sair com 18 certificados”, frisou.

A responsável pela UFI, Mayra Barcelos, afirma que a presença do socioeducando foi um divisor de águas na  unidade. "Todos e todas adolescentes nos ensinam algo e ele veio para nos impulsionar a aprender e realizar todas as modificações para a aplicação da Instrução de Serviço nº230. Durante todo o cumprimento da medida, ele buscou seus direitos  e se permitiu conhecer mais profundamente todo o movimento LGBTQIAP+, principalmente por meio da parceria com a Associação Gold. E mais do que isso: nos impulsionou a aprender e aprimorar o nosso fazer junto a ele",revelou.

O diretor-geral do Iases também aproveitou a ocasião para agradecer a parceria com o judiciário, com a Defensoria Pública e com iniciativas privadas, como a Associação Gold.

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