As boas práticas e os bons resultados alcançados pelo Espírito Santo, no que diz respeito à Socioeducação, serão compartilhados para o Brasil e exterior por meio de um documentário intitulado “Muros que Educam”, de responsabilidade do Ministério dos Direitos Humanos (MDH), do Governo Federal. Durante três dias, o Instituto de Atendimento Socioeducativo do Espírito Santo (Iases) recebeu a equipe do curta para as gravações.

 “A questão da medida socioeducativa ainda é um tabu no Brasil, não só no que se refere à compreensão da sociedade, mas do próprio sistema. Queremos mostrar quão humano é este processo, o trabalho das pessoas e também estes jovens, e que há ações e perspectivas que podem ressocializá-los. Não podemos trabalhar tudo a partir de uma régua única e queremos mostrar essa pluralidade”, disse Alexandre Kieling, diretor e idealizador do documentário.

 A unidade escolhida para a gravação dos entrevistados foi o Centro Socioeducativo de Atendimento ao Adolescente em Conflito com a Lei (CSE), localizada em Tucum, Cariacica. Na manhã do último sábado (23), quatro socioeducandos deram seus depoimentos que envolveram seus históricos de vida e, sobretudo, a vivência nas unidades socioeducativas e perspectivas de futuro.

 O Iases foi selecionado para representar a Região Sudeste. Em cada região do país, um estado será eleito para compartilhar suas vitórias e principais desafios. A compilação destas realidades e contrastes será o produto final do filme.

 “O Espírito Santo foi citado em âmbito nacional por estar avançado em determinados pontos e porque aqui há um esforço significativo de todos os atores do sistema com resultados extremamente interessantes. Vemos que os envolvidos pensam em rede, cada um tem uma função e se volta para o seu resultado. Este modelo pode ser referência e inspiração para outros estados que estão em processos e em tempos diferentes”, avaliou Alexandre.

 A previsão de lançamento do “Muros que Educam” é dezembro deste ano, em um evento nacional. A partir daí, o material será apresentado em um evento internacional, em março de 2018, e depois entra para um circuito de distribuição em mídia física e mídia online.

“Ficamos honrados em participar desta empreitada do Ministério dos Direitos Humanos por dois motivos principais: o primeiro é contribuir com a mudança de pensamento e quebra de preconceitos sobre o universo socioeducativo. O segundo é ter sido selecionado como referência em boas práticas e resultados. Acreditamos que este material será positivo para a Socioeducação como um todo no Brasil”, disse a diretora-presidente do Iases, Alcione Potratz.

 Além dos socioeducandos, a equipe gravou entrevistas com um agente socioeducativo, uma pedagoga e um gerente de unidade do Iases; com o secretário de Estado de Direitos Humanos, Julio Pompeu; com o juiz da Terceira Vara da Infância e Juventude de Vitória, Vladson Bitencourt; e com a família de um jovem egresso do Instituto.

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