O Modelo Pedagógico Contextualizado (MPC), um projeto de atendimento socioeducativo diferenciado aplicado no Centro Socioeducativo de Atendimento ao Adolescente em Conflito com a Lei (CSE), do Instituto de Atendimento Sócio-Educativo do Espírito Santo (Iases), em Tucum, Cariacica, é tema de um livro, que será lançado nesta sexta-feira (29), na sede do Tribunal de Justiça do Estado, em Vitória.
De autoria do especialista na área socioeducativa, Gerardo Bohorguez Mondragón, o livro sobre o MPC descreve o método criado por ele, as perspectivas e os resultados de um projeto de atendimento aplicado nos estados de São Paulo e Espírito Santo. Implantado há cerca de dois anos no Centro Socioeducativo do Iases, o projeto apresenta resultados que demonstram avanços em um novo modelo de atendimento socioeducativo aos adolescentes e jovens do Estado.
Desde que começou a ser desenvolvido, em 2009, no Centro Socioeducativo do Iases, o Modelo Pedagógico Contextualizado (MPC) já atendeu a 134 socioeducandos e registra um índice de reincidência de 0,75%. Nesse tempo também não houve fugas, rebeliões ou destruições de patrimônio no Centro. Ao contrário, mais de 98% dos adolescentes atendidos estão em liberdade assistida e mais de 83% deles já estão empregados.
“O Modelo Pedagógico Contextualizado (MPC) prevê o atendimento aos meninos de maneira individual. Eles passam por etapas progressivas e, em cada fase, conhecem seus direitos e deveres como forma de motivação de crescimento pessoal para a reintegração social”, explica o idealizador do projeto, o colombiano Gerardo Bohorquez Mondragón.
Além de Gerardo, participarão do evento dois importantes juristas do Rio Grande do Sul: Leoberto Narciso Brancher, que falará sobre Justiça Restaurativa, e Ricardo de Oliveira Silva, que abordará a Justiça Terapêutica. O evento conta com parceria da ArcelorMittal Tubarão e acontece das 8 às 12 hora, na sede do Tribunal de Justiça do Estado, em Vitória.
MPC
“O Modelo Pedagógico Contextualizado (MPC) conta com cinco programas, considerados etapas do crescimento. Cada uma tem três projetos para o adolescente trabalhar. O primeiro é a Motivação: ele é aplicado durante o período de 45 dias, necessário para o adolescente compreender um pouco de sua situação diante desse novo contexto, uma vez que ao entrar na Unidade ele cria um trauma emocional muito forte, pois não aceita a medida socioeducativa. A motivação trabalha essa parte, de estimulá-lo para que possa se enxergar dentro da medida socioeducativa”, explica Gerardo Mondragón.
Ele acrescenta que a fase seguinte é a de Reconhecimento, que também tem três projetos para serem desenvolvidos. No total, o adolescente fica doze semanas nesse programa, desenvolvendo todas as ações. “O adolescente deve entender que é um sujeito de direitos, mas também de deveres. Neste programa há uma responsabilização pelas ações que ele cometeu, para que ele possa enxergar as consequências de suas ações. Ele toma uma postura e reflete diante delas, oferece as alternativas de mudança. Em todo o processo, a participação da família é de fundamental importância para selar o compromisso da mudança”, afirma.
Para alcançar os resultados desejados, até mesmo a estrutura física é importante para o Modelo Pedagógico Contextualizado (MPC). Por isso o CSE, onde foi pioneiramente lançado no Estado, foi projetado especialmente para atendê-lo. Dotado de seis módulos progressivos, cada um com capacidade para atender até 14 adolescentes, o CSE conta ainda com quadra poliesportiva, auditório, escola, biblioteca, refeitório e outros, em mais de 41 mil metros quadrados, sendo seis mil de área construída. O CSE possui 80 vagas, sendo 60 ofertadas na estrutura do Centro e outras 20 no sistema Casa República, que funciona em uma comunidade da Grande Vitória.
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