Começar de novo e longe do crime. Essa é a promessa do jovem U.P, de 16 anos, para quando sair da Unidade de Internação Provisória (Unip I), localizada em Cariacica. O socioeducando, recluso há pouco mais de cinco meses, conta que as dificuldades da vida e a lembrança de sua mãe, morta quando ainda era bem pequeno, serviram de inspiração para composições musicais de autoria própria. E é como cantor e artista, ao lado do pai, que o jovem pretende construir seu futuro.
A história se assemelha a de vários outros adolescentes que se envolveram em delitos e hoje cumprem medida no Instituto de Atendimento Socioeducativo do Espírito Santo (Iases). Com apoio de agentes, equipes pedagógicas, e por decisão própria, resolveram reescrever sua trajetória e dar novo rumo à vida. U., por exemplo, começou o processo de mudança agradecendo à mãe pelo carinho com que sempre o tratou.
“Minha mãe sempre me deu conselhos, falava para eu não mexer com coisas erradas, que o mundo do crime não era bom, gostaria de tê-la escutado”. O jovem conta que compôs uma música para homenageá-la. Na letra, escrita no alojamento da Unidade, ele reconhece os erros e promete: “da vida do crime não quero saber mais não”.
“Quando eu era pequeno, a senhora me aconselhava. Agora mãe querida, sua presença me faz falta. Porque no mundo de hoje em dia é muita opressão, é pai matando filho, é irmão matando irmão”, diz um dos trechos da canção que escreveu.
A passagem de U.P pela Unip I tem sido exitosa. Além de compor, ele participa do projeto Rádio Raízes, criado por agentes como uma forma de reforçar a proposta pedagógica desenvolvida com os socioeducandos. Além de uma variada programação musical, a rádio que é online, conta ainda com vinhetas produzidas pelos próprios internos.
“Fugi de casa e comecei a andar com companhias erradas, que mexiam com drogas Depois me envolvi num problema e vim parar aqui”, diz. O jovem, que está cumprindo sua segunda medida socioeducativa na Unip II, foi autuado pelo artigo 157 (roubo). Mas já pensando no momento em que receber o alvará, ele conta os planos para o futuro.
“Meu pai é DJ, toca em várias festas. Quero seguir o que meu pai faz. Deixar pra trás o que aconteceu e tocar e cantar nas festas. Quero terminar os estudos também. Mas depois espero seguir na música, animar bailes, construir minha vida”, decretou o socioeducando.
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Texto: Rhaissa Afonso