16/07/2013 06h28 - Atualizado em 01/07/2016 11h23

Socioeducandos vivem rotina de jornalistas em oficina de jornal na Unimetro

Entre todas as atividades pedagógicas oferecidas pela Unidade de Internação Regional Metropolitana (Unimetro), em Vila Velha, uma que vem ganhando destaque e prestígio entre os socioeducandos é a Oficina de Jornal. Mais de um ano após ter sido fundado, o “Novo Viver” já faz parte da rotina dos adolescentes, instigando-os sobre o exercício do jornalismo e proporcionando mais uma opção de carreira a seguir para quando voltarem à sociedade.

Ministrada pelo agente e jornalista Lauriano Oliveira Mathias, a atividade segue um rígido cronograma que envolve o trabalho integrado de toda a equipe - semelhante ao que ocorre em um grande jornal. A “redação” é formada por 10 jovens e cada um deles tem sua própria função. São dois diretores, dois designers e seis repórteres, que se reúnem de segunda a sexta-feira para discutir os assuntos que podem virar pauta e, consequentemente, ser notícia na próxima edição do jornal.

Cada um é responsável pelo próprio texto, desde a apuração até a produção da matéria. Também há o editor chefe que faz a revisão final e os ajustes no texto, cabendo aos designers fazer a diagramação e, depois, veicular o conteúdo. A cada 15 dias, Jornal “Novo Viver” toma os corredores da unidade e informa a servidores e demais adolescentes sobre os acontecimentos internos.

Das pautas já noticiadas estão desde eventos que ocorrem de acordo com o calendário pedagógico da Unimetro, a reivindicações, sugestões, visitas de familiares, novas oficinas, aniversariantes, entrevistas, reflexões e até uma charada.

Para Lauriano, a oficina é fonte de aprendizado e inspiração para muitos adolescentes. “Muitos dos que chegam ali, às vezes não sabem nem escrever direito. A nossa maior preocupação é que eles aprendam a grafar corretamente as palavras e que saibam colocar no papel aquilo que está na cabeça. Quando vemos um garoto que não sabia como se expressar construindo por esforço próprio textos com beleza literária, temos a convicção de que cada minuto de dedicação vale a pena”, destaca.

Idealizador do projeto, Lauriano lembra que o Jornal já está na 35ª edição. E acrescenta: “Assim como acontece em algumas empresas, também tivemos aqui alguns problemas, como de impressão. Mas conseguimos superar. Ver os olhos de satisfação dos nossos jornalistas com o trabalho deles pronto, aquela felicidade... Isso não tem preço”, ressalta.

A atividade já desperta em alguns adolescentes interesses em diversas áreas, como na de designer gráfico, já que durante a produção do noticiário, eles convivem diariamente com os programas de diagramação. “O mais importante é a melhoria que esses meninos têm apresentado na escrita. Esse é o caminho inicial para qualquer outra profissão que quiserem seguir”, finaliza Lauriano.

O “Jornal Novo Viver” é fixado em vários pontos da Unimetro, para ser lido pelo maior número de socioeducandos e servidores possível. Os 10 responsáveis dividem os afazeres e respeitam a hierarquia, comum em qualquer veículo de comunicação ou empresa de outro segmento.

Os jovens que se interessam em participar do projeto começam como repórteres e ganham crachás com fotos, papel e prancheta. Após a discussão da pauta, eles vão a campo fazer as apurações, coletar informações e realizar entrevistas. O conteúdo final é repassado ao editor chefe que, por sua vez, o encaminha para diagramação.

Um ponto importante também chama a atenção: com o passar do tempo e o rendimento do trabalho, os adolescentes podem “subir de cargo” e até chegar a diretor geral. O mais alto posto do jornal, no entanto, é ocupado por quem vencer uma eleição interna, em que os eleitores são os próprios “funcionários” do “Novo Viver".

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Texto: Geovana Chrystêllo
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