O esporte em benefício da socioeducação. É assim que jovens que cumprem medida socioeducativa na Casa de Semiliberdade da Serra, uma das unidades do Instituto de Atendimento Socioeducativo do Espírito Santo (Iases), encontraram mais uma oportunidade para melhorar de vida.  Por meio do projeto “Arte da Luta", liderado pelo professor de artes marciais Matheus Paoliello, os socioeducandos estão aprendendo sobre a arte marcial do jiu-jitsu e resgatando valores como cidadania, ética e respeito.

A coordenadora da Casa de Semiliberdade da Serra, Priscilla Cristiane de Souza Pessoa, informou que, em conversa com a coordenação da Unidade, o professor que é mestre e faixa preta em jiu-jitsu, conceituado competidor de diversas modalidades marciais e tem formação acadêmica, iniciou as aulas sem custos. “O projeto usa o esporte como veículo para resgatar crianças e adolescentes que vivem em áreas de vulnerabilidade e melhorar a qualidade de vida dos jovens em cumprimento de medida socioeducativa facilitando sua trajetória de vida para um retorno mais seguro e estável a família”, disse. 

Um dos participantes é um adolescente de 16 anos que relatou que cometeu seu primeiro ato infracional aos 10 anos e quatro anos depois já era gerente do tráfico de drogas. “Após ser apreendido, ele agora cumpre medida socioeducativa em regime semiaberto e, depois de passar por várias etapas do processo de socioeducação, ele conquistou o direito de participar do projeto”, afirmou Priscilla Cristiane de Souza Pessoa.

Outro jovem que há oito meses cumpre medida socioeducativa também conquistou o direito de ser jiujiteiro.  "Esses jovens que, anteriormente, estavam envolvidos em atividades criminosas agora, com a ajuda do jiu-jitsu, estão aprendendo que todos têm o direito de transformar a vida para melhor. Além das posições típicas do esporte e dos exercícios físicos, esses alunos também estão tendo acesso à filosofia de vida que o esporte proporciona como a humildade, a disciplina, o respeito a hierarquia, a empatia e a solidariedade“, destacou Matheus Paoliello.

De acordo com a responsável pela Casa de Semiliberdade da Serra, no início os jovens da Unidade faziam aula somente entre eles. “Hoje o processo avançou e eles treinam com todos alunos, meninos e meninas do Projeto Arte da Luta, mostrando que no tatame todos são iguais”, declarou.

Texto: Fernanda Pontes

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