As aulas de grafite e cartoon oferecidas aos socieducandos reclusos na Unidade de Internação Norte, em Linhares, têm sido grande fonte de inspiração aos meninos que cumprem mediadas no local. Ministradas pelo professor Sidney Rocha, a oficina acontece diariamente, sendo dividida em três fases: a primeira se resume em ensinar as técnicas de desenho, como por exemplo, conceitos de luz, sombra, e estruturação.

Já na segunda etapa, os alunos aprendem a direcionar o foco da ilustração, escolhendo a temática que querem trabalhar - entre charges, grafites, cartoons, ou até mesmo criações publicitárias. Na terceira etapa, eles partem para a prática, fazendo a montagem de tudo o que foi produzido no decorrer das aulas teóricas.

Em desenvolvimento há quatro meses, a atividade atende uma turma da Internação e outra da Provisória, totalizando 36 futuros chargistas ou grafiteiros. De acordo com o instrutor, a oficina, além de possibilitar o aprendizado das técnicas, proporciona mudanças na vida dos adolescentes.

“O fato de poderem modificar o ambiente onde se encontram reclusos de acordo com suas preferências artísticas, mexe com o emocional dos meninos. Isso ajuda muito a se sentirem mais a vontade. Outro ponto é que as aulas são excelentes momentos de terapia. Temos uns quatro exemplos de socioeducandos que após o contato com as tintas e os desenhos, mudaram completamente a postura dentro da unidade”, destaca Sidney.

Em relação ao mercado de trabalho, as variadas áreas de atuação motivam ainda mais os participantes da oficina. “Com as técnicas aprendidas, os adolescentes desenvolvem suporte básico para ingressarem em diversas áreas, como por exemplo arquitetura, artes plásticas...”, acrescenta o professor.

As oficinas ocorrem diariamente, fazendo parte do cronograma pedagógico estipulado pelo Iases. Ao final, todos os participantes ganharão certificados.

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Texto: Geovana Chrystêllo