A iniciativa lança mão dos benefícios do esporte para promover mudança de comportamento e autocontrole

As lições das artes marciais, como autocontrole, responsabilidade e disciplina, estão sendo utilizadas como parte do processo de socioeducação na Casa de Semiliberdade da Serra. Desde o mês de junho, os adolescentes da unidade estão participando de atividades guiadas com ensinamentos da prática alemã Seiwasser.

A iniciativa lança mão dos benefícios do esporte para promover mudança de comportamento. No primeiro encontro, realizado em abril, os adolescentes participaram de uma roda de conversa com o mestre de jiu-jitsu Valdeci Rodrigues Oliveira, que narrou histórias de superação de atletas e falou sobre desafios, autocontrole e disciplina. No segundo momento, foi realizada a prática orientada do esporte, com a participação dos adolescentes, mestre, monitores, educadores e de toda a equipe técnica da unidade. Nos dois encontros, as atividades foram encerradas com uma confraternização entre as equipes.

Os encontros trouxeram resultados positivos e, desde o mês de junho, os adolescentes estão participando de atividades semanais de Seiwasser, como conta a psicóloga da Unidade, Bianca Vitória. “Os benefícios da prática esportiva vão além dos ganhos para o corpo humano, favorecem a sociabilização, estimulam o trabalho em equipe, proporciona o desenvolvimento de habilidades psicomotoras, auxilia no entendimento sobre competição, melhora a autoestima e são fundamentais para a manutenção da saúde mental do indivíduo, preparando-o para a vida em sociedade, oportunizando novos caminhos”, disse.

A prática beneficia os adolescentes com treino de foco de atenção, através da respiração correta e da meditação, que são realizadas durante as aulas com disciplina, dedicação e treino. Seiwasser significa “seja água” e tem como filosofia descartar o que não acrescenta, o que é negativo e focar naquilo que faz crescer. 

Para o mestre de Seiwasser, Rodrigo Surerus, que está orientando as aulas, a filosofia das artes marciais proporciona aos socioeducandos autocontrole e inteligência emocional para lidar com as adversidades da vida. “A prática ensina os adolescentes a lidar com suas emoções e medos interiores, a pensar racionalmente antes de agir e, principalmente, abre a possibilidade da construção de um futuro”, destacou.

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