08/05/2024 23h31 - Atualizado em 14/05/2024 15h54

Adolescentes participam do 9º Fórum Nacional de Mulheres do Hip Hop

Uma socioeducanda de 16 anos e outro socioeducando de 19 anos, que cumprem medida socioeducativa na Unidade Feminina de Internação (UFI), participaram do 9º Fórum Nacional de Mulheres do Hip Hop, realizado entre a última quarta-feira (1º) e o domingo (05), em Vila Velha. A participação aconteceu na última sexta-feira (03), durante a oficina temática de Graffiti. 

A gerente da Unidade Feminina de Internação, Mayra Barcellos, participou da mesa temática: “O Hip Hop como ferramenta de transformação social: Um olhar sobre a privação da liberdade individual à privação da dignidade social” mediada pela ativista do Distrito Federal, fundadora e coordenadora-geral do Coletivo Poesia nas Quebradas, Ravena do Carmo. “Para nós, participarmos de uma mesa que fala sobre privação de liberdade individual e da privação de dignidade social demonstra uma credibilidade do trabalho realizado pelo Iases e pela UFI na reinserção social desse adolescente. Nosso objetivo é a reinserção social e a reintegração positiva das socioeducandas, por isso, entendemos a medida socioeducativa como o caminho para o retorno saudável à sociedade, e estar inserido dentro dos movimentos sociais, das políticas públicas e das comunidades é o modo mais positivo de alcançar esse retorno. Foi uma grande satisfação ser convidada a participar desse evento”, afirmou Mayra Barcellos.

Ela contou ainda que, na manhã dessa sexta-feira (03), duas representantes do Fórum Nacional visitaram a Unidade Feminina de Internação do Iases. “Na ocasião, elas falaram que, apesar da unidade ser um ambiente de privação de liberdade legal, a sensação que elas tiveram enquanto estavam lá é de liberdade porque viram as socioeducandas participarem do curso e encontraram também um ambiente leve, saudável, limpo e organizado. Ter esse retorno significa muito pra gente, porque transformar um espaço de privação de liberdade em um local com sensação de liberdade é muito gratificante para que a gente possa promover, de fato, um retorno positivo nas comunidades onde elas moravam antes”, avaliou a gerente da UFI.

Entre os participantes está o socioeducando de 19 anos, que cumpre medida socioeducativa na Unidade. “A participação nesse evento foi importante para mim, pois me considero um homem trans, e pude aprender muito sobre direitos humanos e outros temas LGBTQIAPN+, Negros e Feminista. É essencial que todos saibam quais são os seus direitos e isso nos ajuda a ter noção do que queremos para nossas vidas. Achei muito interessante poder ouvir a opinião das pessoas e saber o que cada uma delas pensa. Cada aprendizado pra mim é sempre bom e não é ruim ter conhecimento demais! Vou lembrar disso lá na frente quando eu conquistar tudo o que pretendo”, disse. 

Evento

A nona edição do Fórum Nacional de Mulheres no Hip Hop foi realizada entre os dias 1º e 05, na comunidade pesqueira da Barra do Jucu, em Vila Velha.  A programação contou com oficinas, mesas de diálogos, intercâmbio turístico e cultural, Slam e Batalha da Frente, além de espaço Hip Hopinho, com atividades culturais e socioeducativas para as filhas e os filhos das participantes.

Realizado pela Frente Nacional de Mulheres no Hip Hop, em conjunto com o coletivo Nação Mulher ES, formado por mulheres periféricas, o evento promoveu o acolhimento, aconselhamento e o apoio às mais diversas questões sociais, e contou com recursos do Fundo de Cultura do Espírito Santo (Funcultura), da Secretaria da Cultura (Secult).

As atividades tiveram início às 9h, na quarta-feira (1º), com credenciamento das participantes, recepção com almoço e lanche. Às 18h, aconteceu o evento de abertura com exibição do documentário sobre a oitava edição do fórum, realizada em 2023 no Distrito Federal. Além das apresentações culturais, também foi feita uma homenagem à ativista, produtora e educadora social Pandora da Luz, pelos mais de 30 anos dedicados à cultura hip hop no Espírito Santo.

No espaço Hip Hopinho, as crianças tiveram a oportunidade de explorar novas formas de expressão e se envolver em oficinas de danças urbanas, malabares e arte circense. O objetivo foi propiciar um ambiente seguro e acolhedor para o desenvolvimento da criatividade e de habilidades diversas, deixando as mães à vontade para se conectarem, aprenderem e compartilharem durante as atividades do fórum.

A Frente Nacional de Mulheres no Hip Hop é uma rede organizada por mulheres, ativistas, artistas e simpatizantes de todo o Brasil, além de quatro países: Moçambique, Chile, Estados Unidos e Cuba. Sua atuação envolve a liderança de ações em prol da participação feminina na cultura urbana, realizando diversas atividades de inserção das mulheres em todos os cenários da cultura hip hop.

Desde 2010, a organização promove, anualmente e em diferentes cidades do País, fóruns nacionais nos quais são discutidas políticas públicas voltadas ao fortalecimento da cena formada por mulheres, a partir de diálogos sobre as esferas da sociedade que atuam diretamente com elas.
 

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